O crime não resolvido do Castelinho da Rua Apa
Maravilhosamente recomendado por Sabrina Daspett @sabrinadaspett
Acho incrível encontrar histórias que eu não conhecia — como uma pessoa que lê, ouve e assiste True Crime várias horas por dia, encontrar histórias novas é um verdadeiro presente de Natal fora de época, principalmente se a história em questão aconteceu em São Paulo, cidade pela qual perambulei de madrugada por mais de uma década.
Assim, imaginem minha alegria quando a Sabrina me mandou uma direct no Instagram “Vale crime brasileiro? Eu sempre morri de medo de passar na frente do Castelinho da Rua Apa” e eu não tinha a menor ideia do que ela estava falando! E, melhor ainda, quase não existem fontes falando disso, o que faz eu me sentir um tanto quanto trendsetter xD
Pois bem, vamos ao Castelinho do capiroto.
O Catelinho foi construído em 1912, na esquina da rua Apa com a Avenida General Olímpio da Silveira (sabe o Minhocão? Então, praqueles lados), e mesmo naquela época já era considerado bem bizarro alguém construir um castelo em estilo francês no centro de uma das maiores cidades do Brasil, mas não estamos aqui pra julgar o gosto (ou a ausência de) dos falecidos. Era lá que residia a família Dos Reis, formada pelo patriarca Virgílio Guimarães dos Reis, sua esposa Maria Cândida Guimarães dos Reis e os filhos Armando César dos Reis e Álvaro dos Reis. Essa galera era dona do cinema Broadway, na avenida São João, e de vários terrenos na àrea do Pacaembu.
Em 1937, Álvaro César Reis (que na foto acima está usando essa maravihosa sunga com suspensórios) tinha 45 anos, era advogado, playboy e recordista mundial em provas de velocidade de patinação sobre rodas. Seu irmão Armando (na foto sentado usando regata), tinha 43 anos, também era advogado mas fazia parte do lado introvertido da família, provavelmente tendo puxado a personalidade da mãe (na foto à esquerda), de 73 anos, viúva há dois, que basicamente passava os dias indo na igreja.
Álvaro havia acabado de chegar da Europa decidido a investir parte do dinheiro da família em um ringue de patinação, a ser construído no lugar do cinema Broadway. Armando, responsável pelas finanças da família, perguntou se o irmão estava com algum problema mental (risos), já que derrubar um negócio lucrativo em prol de uma empreitada sem nenhuma garantia de lucro não fazia sentido algum.
Não se sabe ao certo a intensidade dessa treta, muito embora haja, de fato, registros de Armando ter cogitado submeter Álvaro a exames psiquiátricos (ou isso ou ele fez alguma piada que alguém levou muito a sério, não temos como saber). De qualquer forma, no dia 12 de maio daquele ano a cozinheira da família encontrou Maria Cândida, Álvaro e Armando mortos ao lado de uma pistola automática Parabellum calibre 9. E é a partir daí que as coisas ficam bisonhas.
Segundo a investigação feita (mal e porcamente, como veremos em breve) pela policia, Álvaro teria chegado em casa possuído pelo ritmo ragatanga, atirado na mãe e no irmão e cometido suicídio com 2 tiros no coração, tudo por conta do tal ringue de patinação. A inconsistência dessa teoria começa com o fato óbvio de que ninguém se mata com DOIS tiros fatais. Além disso, os médicos legistas responsáveis pelo caso afirmaram ser Armando quem tinha resíduos de pólvora nas mãos, ou seja, se algum dos irmãos foi de fato responsável pela chacina, foi ele.
Entretanto, as posições em que os corpos foram encontrados, um ao lado do outro, não é típica de quem atira e na sequência se suicida — o mais normal nesse caso seria um dos irmãos ter sido encontrado de frente para o outro (basta uma olhada na foto para ver o quão sem sentido a teoria da polícia parece) . Para aumentar o miesério, as balas encontradas no corpo de Maria Cândida não pertenciam à Parabellum encontrada na cena do crime — o calibre dessa segunda arma era diferente, e ela nunca foi encontrada.
O caso nunca foi resolvido, e por anos os locatários do prédio afirmaram ter visto aparições de Maria Cândida e dos irmãos. Há quem diga ter visto figuras suspeitas na janela em momentos em que o prédio deveria estar vazio.
Em 1996, a ONG mães do Brasil ocupou o imóvel, que foi tombado em 2004. A chacina da família dos Reis segue sem solução.
Fontes:
https://diegobayer.jusbrasil.com.br/artigos/447371788/o-crime-do-castelinho-da-rua-apa
I write some weird stuff.
Sem mais delongas, porque hoje é sexta-feira e ninguém tem tempo a perder com introduções xD
1. Conversations with a Killer: The Ted Bundy Tapes
Ted Bundy é o serial killer mais pop do século XX, tipo uma versão contemporânea de Jack, o Estripador. Em termos de cultura pop, Bundy só perde em popularidade para Charles Manson, que não pode ser classificado como um serial killer propriamente dito já que, bem, ele não botou a mão na massa em nenhum dos massacres que ordenou — mas chega de falar de Charlie.
O documentário do Netflix traz uma série de gravações de entrevistas feitas com Bundy que nunca haviam sido divulgadas ao grande público, e traça um panorama bem completo da trilha de caos e destruição deixada por Ted na década de 70. …
Tema sugerido pela linda da Maria Silvia Spadoni @masilspadoni
A figura do Killer Clown é bastante popular na cutura pop — do IT de Stephen King a bandas como Insane Clown Pose, Pennywise e Slipknot, passando pr shows como American Horror Story, não tem muito como fugir de um ou outro palhaço demoníaco em sua vida. …
Se você também fica um tanto quanto irritado com a alegria histérica que parece possuir todo mundo em dezembro, saiba que nem sempre foi assim. Entre o século XIX e o início do século XX, o Natal era desprovido de velhinhos pançudos e ursos polares tomando Coca-Cola. Em vez disso, histórias de fantasmas e cartões de sapos sádicos (sim, você leu direito, sapos sádicos) eram tradição entre a população da antiga grã-bretanha.
O motivo para tanto é simples — se hoje nossas tradições natalinas são movidas pelo incentivo ao consumo disfarçado de cristianismo e bons sentimentos, naquela época as tradições pagãs ainda eram muito presentes nos ritos da população britânica, sempre devidamente encobertas com uma camada suficientemente espessa do cristianismo anglicano. A tradição de celebrar o Natal em 25 de dezembro vem dos festivais pré cristianismo que celebravam o solstício de inverno — as guirlandas enfeitadas, os ramos de azevinho e de visco e outras decoracões natalinas são simbolos pagãos, de maneira que alguns líderes puritanos chegaram a tentar abolir a celebração do Natal por acreditarem que não havia embasamento bíblico para celebrar essa data em particular. …
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