quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

Biografia em vertigem - A verdade que Moro precisa ouvir

 


A verdade que Moro precisa ouvir

A verdade que Moro precisa ouvir

Filipe Altamir

Publicado

  

em

 
Agência Brasil

Meses atrás, o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, brindou-nos com mais uma pérola que ecoa como um hino dos liberais isentões e daqueles radicais centristas que se acham acima do bem e do mal e monopolizadores das mais elevadas virtudes angelicais.

Numa entrevista à agência France-Presse, Moro disse que tanto Bolsonaro como o Lula são imbuídos de um caráter populista e que os dois extremos devem ser evitados.

Recentemente, nos últimos dias, ele chegou a questionar “tem presidente em Brasília?”.

Não é nenhuma novidade essa narrativa nauseante de que Bolsonaro seria um populista tanto quanto Lula, contando apenas com um sinal ideológico contrário e oposto, mas como se fossem a mesma essência, duas facetas de uma mesma moeda.

Nada poderia ser mais falso do que tal narrativa, uma vez que ignora as diferenças cruciais entre as ações do Bolsonaro, sua personalidade e as respectivas diferenças de cada governo.

Uma estridente contradição nesse discurso pode ser analisada no duplipensar das narrativas: uma hora Bolsonaro é o exemplo do desastre político que não sabe o que fala, que não é bem assessorado e que debocha constantemente da população com um caráter “psicopático” e displicente, outrora acusam-no de ser um político extremamente populista e apelativo para as emoções das massas com as tradicionais táticas retóricas de manipulação social e marqueteira. Temos aí duas linhas de pensamento e duas narrativas completamente incongruentes; ou você afirma que Bolsonaro é supostamente um desastre de governante com suas falas polêmicas ou se trata de um populista.

Falar as verdades que o Bolsonaro fala, sem temer as percepções maliciosas da grande mídia e sem ligar para os protocolos arbitrários estéticos que tentam imputar à Presidência da República é justamente não ser populista e ser autêntico.

Bolsonaro sempre se comportou e sempre se expressou de forma imponente desde quando era um parlamentar isolado e uma voz abafada contra o petismo e a articulação sul-americana comunista. Mas isso não importa para os isentões, Sérgio Moro e radicais de centro que solenemente ignoram que o caráter de fato populista do Lula possui características claras: jargões vazios em prol do trabalhador, discursos dignos de um charlatão admitidos pelo próprio criminoso petista em conferências na Europa e a exaltação de programas sociais de assistencialismo como se fossem de autoria de um partido político, ocultando criminosamente a origem embrionária do Bolsa Família nos tradicionais vales provenientes de governos passados.

Populismo se trata de personificar o próprio estado, suas instituições e manipular as massas para o messianismo político, como se as ações governamentais do populistas fossem graças imerecidas mas concedidas de bom grado à população, que lhe deve a adoração, gratidão e reconhecimento sacralizado.

Ao fazer todas as suas declarações prezando pela autenticidade e focando nos reais problemas é totalmente o contrário de ser populista. Populista é pedir para todos ficarem em casa, ignorando aqueles em estado penúria mediante a interrupção das atividades econômicas; é prolongar ad eternum a quarentena sob o discurso polido de que a “ciência” deve prevalecer e que o “bem comum” deve ser alcançado. Ser populista é atribuir maior valor às vidas perdidas pela COVID em detrimento das outras que sucumbiram pela fome e desemprego.

Se Bolsonaro fosse populista, não teria submetido a maior reforma previdenciária da história sob os mais vis e generalizados ataques por todas as classes manipuladas pela esquerda e pela imprensa tendenciosa e torcedora do regresso econômico. Nenhum governo de fato populista teria o Paulo Guedes no comando da pasta econômica, uma vez que sua orientação macroeconômica preza pela austeridade fiscal e, por consequência, pelo corte da gordura excessiva do problema, pelo combate à ociosidade das estatais ineficazes e, portanto, pelo fim da farra fiscal que distribuiria benesses estatais para determinados grupos privilegiados e migalhas para as classes mais desfavorecidas.

Vale destacar que o populismo implica numa conduta marqueteira e pessoal de um determinado governante que se locupleta de técnicas de manipulação e uma comunicação extremamente apelativa e teatral para arregimentar as massas. O vídeo da reunião ministerial, indevidamente vazada na sua versão integral, comprova que o mesmo Bolsonaro exposto diante das câmeras é o mesmo dentro de uma reunião privada, sigilosa e sem previsibilidade de ser exposta.

Esse tiro no pé do Moro e do STF comprovou que o Bolsonaro de fato é autêntico, enquanto que a personalidade populista é pura encenação diante dos holofotes.

É até interessante observar a hipocrisia estridente do próprio Moro ao chamar Bolsonaro de populista. Nunca testemunhei o Moro renegar os holofotes, os aplausos ou criticar seu rosto sendo estampado em centenas de camisetas ao redor do país e seu próprio rosto ser alçado ao símbolo ético de combate à corrupção. Se falarmos de populismo em seu sentido mais superficial e encará-lo como a manifestação de quaisquer atitudes que reforçam uma admiração popular, então o ex-ministro se encaixaria perfeitamente dentro dos parâmetros do que ele mesmo considera como populismo, uma vez que até mesmo sua postura após demissão sofreu uma significativa mutação. Um Moro discreto tornou-se um ‘blogueirinho’ falastrão propagador de sentenças e frases de efeito. Não seria isso uma espécie de populismo em um prelúdio de candidatura política?

Voltando para uma análise sobre o suposto populismo do Bolsonaro, na verdade, o governo Bolsonaro é exatamente o oposto daquilo que é ser populista. Comparar Bolsonaro ao Lula é falhar com o senso de proporções, pilar e bússola norteadora para se alcançar a justiça.

Quem não tem justiça no seu julgamento, torna-se um míope político incapaz de enxergar a realidade concreta, raciocinando através de frases desconexas e reproduzindo discursos histéricos que sedimentam uma bolha isolando o observador e apartando-o dos fatos.

Eis a verdade que Sergio Moro precisa ouvir.

Escritor formado em Direito, conservador e analista político.

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Filipe Altamir

Publicado

  

em

 
Agência Brasil

Meses atrás, o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, brindou-nos com mais uma pérola que ecoa como um hino dos liberais isentões e daqueles radicais centristas que se acham acima do bem e do mal e monopolizadores das mais elevadas virtudes angelicais.

Numa entrevista à agência France-Presse, Moro disse que tanto Bolsonaro como o Lula são imbuídos de um caráter populista e que os dois extremos devem ser evitados.

Recentemente, nos últimos dias, ele chegou a questionar “tem presidente em Brasília?”.

Não é nenhuma novidade essa narrativa nauseante de que Bolsonaro seria um populista tanto quanto Lula, contando apenas com um sinal ideológico contrário e oposto, mas como se fossem a mesma essência, duas facetas de uma mesma moeda.

Nada poderia ser mais falso do que tal narrativa, uma vez que ignora as diferenças cruciais entre as ações do Bolsonaro, sua personalidade e as respectivas diferenças de cada governo.

Uma estridente contradição nesse discurso pode ser analisada no duplipensar das narrativas: uma hora Bolsonaro é o exemplo do desastre político que não sabe o que fala, que não é bem assessorado e que debocha constantemente da população com um caráter “psicopático” e displicente, outrora acusam-no de ser um político extremamente populista e apelativo para as emoções das massas com as tradicionais táticas retóricas de manipulação social e marqueteira. Temos aí duas linhas de pensamento e duas narrativas completamente incongruentes; ou você afirma que Bolsonaro é supostamente um desastre de governante com suas falas polêmicas ou se trata de um populista.

Falar as verdades que o Bolsonaro fala, sem temer as percepções maliciosas da grande mídia e sem ligar para os protocolos arbitrários estéticos que tentam imputar à Presidência da República é justamente não ser populista e ser autêntico.

Bolsonaro sempre se comportou e sempre se expressou de forma imponente desde quando era um parlamentar isolado e uma voz abafada contra o petismo e a articulação sul-americana comunista. Mas isso não importa para os isentões, Sérgio Moro e radicais de centro que solenemente ignoram que o caráter de fato populista do Lula possui características claras: jargões vazios em prol do trabalhador, discursos dignos de um charlatão admitidos pelo próprio criminoso petista em conferências na Europa e a exaltação de programas sociais de assistencialismo como se fossem de autoria de um partido político, ocultando criminosamente a origem embrionária do Bolsa Família nos tradicionais vales provenientes de governos passados.

Populismo se trata de personificar o próprio estado, suas instituições e manipular as massas para o messianismo político, como se as ações governamentais do populistas fossem graças imerecidas mas concedidas de bom grado à população, que lhe deve a adoração, gratidão e reconhecimento sacralizado.

Ao fazer todas as suas declarações prezando pela autenticidade e focando nos reais problemas é totalmente o contrário de ser populista. Populista é pedir para todos ficarem em casa, ignorando aqueles em estado penúria mediante a interrupção das atividades econômicas; é prolongar ad eternum a quarentena sob o discurso polido de que a “ciência” deve prevalecer e que o “bem comum” deve ser alcançado. Ser populista é atribuir maior valor às vidas perdidas pela COVID em detrimento das outras que sucumbiram pela fome e desemprego.

Se Bolsonaro fosse populista, não teria submetido a maior reforma previdenciária da história sob os mais vis e generalizados ataques por todas as classes manipuladas pela esquerda e pela imprensa tendenciosa e torcedora do regresso econômico. Nenhum governo de fato populista teria o Paulo Guedes no comando da pasta econômica, uma vez que sua orientação macroeconômica preza pela austeridade fiscal e, por consequência, pelo corte da gordura excessiva do problema, pelo combate à ociosidade das estatais ineficazes e, portanto, pelo fim da farra fiscal que distribuiria benesses estatais para determinados grupos privilegiados e migalhas para as classes mais desfavorecidas.

Vale destacar que o populismo implica numa conduta marqueteira e pessoal de um determinado governante que se locupleta de técnicas de manipulação e uma comunicação extremamente apelativa e teatral para arregimentar as massas. O vídeo da reunião ministerial, indevidamente vazada na sua versão integral, comprova que o mesmo Bolsonaro exposto diante das câmeras é o mesmo dentro de uma reunião privada, sigilosa e sem previsibilidade de ser exposta.

Esse tiro no pé do Moro e do STF comprovou que o Bolsonaro de fato é autêntico, enquanto que a personalidade populista é pura encenação diante dos holofotes.

É até interessante observar a hipocrisia estridente do próprio Moro ao chamar Bolsonaro de populista. Nunca testemunhei o Moro renegar os holofotes, os aplausos ou criticar seu rosto sendo estampado em centenas de camisetas ao redor do país e seu próprio rosto ser alçado ao símbolo ético de combate à corrupção. Se falarmos de populismo em seu sentido mais superficial e encará-lo como a manifestação de quaisquer atitudes que reforçam uma admiração popular, então o ex-ministro se encaixaria perfeitamente dentro dos parâmetros do que ele mesmo considera como populismo, uma vez que até mesmo sua postura após demissão sofreu uma significativa mutação. Um Moro discreto tornou-se um ‘blogueirinho’ falastrão propagador de sentenças e frases de efeito. Não seria isso uma espécie de populismo em um prelúdio de candidatura política?

Voltando para uma análise sobre o suposto populismo do Bolsonaro, na verdade, o governo Bolsonaro é exatamente o oposto daquilo que é ser populista. Comparar Bolsonaro ao Lula é falhar com o senso de proporções, pilar e bússola norteadora para se alcançar a justiça.

Quem não tem justiça no seu julgamento, torna-se um míope político incapaz de enxergar a realidade concreta, raciocinando através de frases desconexas e reproduzindo discursos histéricos que sedimentam uma bolha isolando o observador e apartando-o dos fatos.

Eis a verdade que Sergio Moro precisa ouvir.

Escritor formado em Direito, conservador e analista político.


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