Explosão no Líbano: a luta religiosa pelo poder que se reabre após tragédia
“Os mecanismos de corrupção são maiores do que o Estado”, afirmou o primeiro-ministro do Líbano, Hassan Diab, ao anunciar a demissão de todo seu gabinete, incluindo ele, em meio à onda de manifestações no país. A indignação popular, acentuada pelas crises econômica e de coronavírus, ganhou força com a megaexplosão que destruiu quase metade da capital, Beirute.
O acidente, ocorrido em 4 de agosto no porto de Beirute, deixou ao menos 160 mortos, 6 mil feriados e grande parte da cidade sob escombros.
Diab havia formado governo em dezembro de 2019 como resposta a uma série de protestos iniciados em outubro daquele ano contra o sistema sectário de distribuição de poder que tem regido o país há décadas e que outorga cotas a distintas comunidades religiosas do país.
Em seu discurso de demissão, o primeiro-ministro atribuiu a responsabilidade pela tragédia de Beirute à “classe política corrupta” e assegurou que seu governo fez “todo o possível para salvar o país”, mas se deparou com um “grande obstáculo” no caminho pela mudança.
A renúncia de Diab foi aceita pelo presidente, Michel Aoun, mas este pediu que o governo mantenha suas atribuições enquanto não surgir uma nova formação.
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