domingo, 2 de junho de 2019

Bolsonaro não garante Moro como ministro

Depois de defender indicação de evangélico ao STF, Bolsonaro não garante Moro como ministro

No mês passado, presidente havia dito que ministro da Justiça ocuparia primeira vaga disponível na Corte
O presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Justiça Sergio Moro em cerimônia de assinatura de decreto que flexibilizou o porte de armas, no início de maio Foto: Daniel Marenco / Agência O Globo
O presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Justiça Sergio Moro em cerimônia de assinatura de decreto que flexibilizou o porte de armas, no início de maio Foto: Daniel Marenco / Agência O Globo
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BRASÍLIA — Um dia após defender a indicação de um evangélico para o Supremo Tribunal Federal(STF), o presidente Jair Bolsonaro não garantiu, neste sábado, que vai indicar o ministro da Justiça, Sergio Moro, para a próxima vaga que abrir na Corte, como havia dito anteriormente. Questionado se a fala de sexta-feira implicaria que o nome de Moro estava descartado, Bolsonaro afirmou que apenas defende alguém com o "perfil" do ministro.
— Sempre falei, durante a pré-campanha minha e campanha, que queria alguém no Supremo do perfil do Moro. Nada além disso — disse Bolsonaro, após um almoço na casa de um colega militar. 
Neste sábado, Bolsonaro disse que só revelará sua indicação em novembro do ano que vem, em referência ao mês em que o atual decano do tribunal, ministro Celso de Mello, completará 75 anos e terá que se aposentar. 
— Em novembro do ano que vem te digo em primeira mão. 
Na sexta-feira, durante a Convenção Nacional das Assembleias de Deus Madureira, em Goiânia, o presidente sugeriu que é o momento de o país ter um ministro do STF declaradamente evangélico. Ele criticou a possibilidade da Corte enquadrar a homofobia como crime de racismo e afirmou que o STF, ao tratar do tema, “ao que parece, quer legislar”.

'Reforma nasce na Câmara'

Bolsonaro também comentou uma declaração, à revista "Veja", de quedesistiria de tentar a reeleição caso o Congresso aprove mudanças como a diminuição do número de parlamentares . Após a declarações, líderes de partidos afirmam que o próprio presidente deveria apresentar uma proposta de reforma política. Neste sábado, contudo, Bolsonaro disse que a reforma precisa nascer da Câmara e que ele só poder "dar opiniões":
— Reforma política geralmente, minha experiência, ela nasce dentro da Câmara. O presidente pode dar opiniões se a Câmara tiver um clima de aprovar uma reforma política. O presidente dá opinião sobre um ou outro assunto. Quem decide é o Parlamento, e isso é regra.
Segundo o presidente, uma proposta de reforma política que parte do Executivo pode ser demagógica: 
— Não adianta o Executivo querer uma reforma porque geralmente vai para a demagogia. O presidente pode falar aquilo que o povo quer ouvir. Mas não passa para frente. Uma proposta que pode ser aprovada. Fazer demagogia eu não quero. 

Código Florestal

Bolsonaro ainda espera que o Senado vote a medida provisória (MP) que flexibiliza o Código Florestal na segunda-feira, mesmo após o presidente da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP), ter dito que não pautará o projeto e que o deixará perder a validade.    
— Está para ser votada na segunda-feira — disse, acrescentando que conversa sempre com Alcolumbre, mas ressaltando que a votação não depende apenas deles. — Eu sou apaixonado pelo Davi Alcolumbre. Converso com todo mundo, diálogo sempre aberto. Não é ele e eu apenas. Ele tem o Senado na frente dele, ele tem que conversar com o pessoal.  

'Frescura'

O presidente afirmou também que há uma "frescura" envolvendo questões de gênero. O comentário foi feito após ele ter sido questionado pela polêmica na votação da MP das fraudes do INSS, na quarta-feira, porque a palavra "gênero" consta em questionário que deve ser apresentado a cartórios. 

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