Até quando abusarão de nossa paciência?
06/01/2021 às 12:58LER NA ÁREA DO ASSINANTEA Velha Mídia noticiou que houve uma reunião na casa da ministra Carmen Lúcia, do STF, para tratar da eleição do próximo presidente do Senado, na qual participaram o deputado Rodrigo Maia (DEM) e Alexandre Kalil (PSD), prefeito de Belo Horizonte, para costurarem apoio ao nome do Senador Rodrigo Pacheco à presidência da Casa.
Em primeiro lugar, se a notícia saiu na velha mídia é porque é verdade, não é assim que as coisas funcionam? Então, partamos do princípio que a reunião de fato aconteceu.
Isso é caso para aplicação da lei penal ou no mínimo de crime de responsabilidade, com instauração imediata do processo de impeachment, em cima da ministra "Carminha".
Chega de tentar tapar o sol com a peneira e fingir que existe um ambiente de normalidade democrática no Brasil, em prol do funcionamento de instituições carcomidas e putrefatas, que alimentam-se do sangue e suor dos brasileiros de bem. Chega de ser tolerantes e moderados com aqueles que temos que ser intolerantes e imoderados.
Qualquer pessoa que tenha no mínimo 2 neurônios consegue perceber a diferença do Brasil real do Brasil da oligarquia que controla o Estado.
Uma juíza de 1ª instância (Ludmila Lins Grilo) está sendo MASSACRADA apenas porque tomou um sorvete para burlar a obrigatoriedade draconiana e distópica de uso de máscara dentro de um shopping. A questão já foi parar no CNJ, e ela provavelmente sofrerá sanção disciplinar.
Enquanto isso, um ministro do STF disponibiliza a sua residência para uma reunião entre políticos, na qual foi selado um acordo de apoio ao nome de um senador para a Presidência da Casa Legislativa, onde devem ter sido tratados vários assuntos no mínimo conspiratórios, como compromisso de não mexer em questões "delicadas" ao sistema (impeachment de ministros do Supremo e aprovação de pautas conservadoras no Senado), além de uma aliança partidária de apoio a futuras eleições.
Por que a dita reunião não foi realizada em um outro local?
Por que justamente na residência de um ministro do Supremo Tribunal Federal?
Qual o interesse da "Carminha" se o presidente do Senado vai ser "A" ou "B"?
Por qual razão a Constituição estabelece, no seu artigo 2º, que os poderes da União (Legislativo, Executivo e Judiciário) são independentes e harmônicos entre si?
Aqueles que acham que nos enganam, diriam que não há problema algum na dita reunião, pois "Carminha" é mineira, terra do senador que quer presidir o Senado, e que teria servido apenas de anfitriã à visita do outro mineiro, Kalil, prefeito de Belo Horizonte, ou outra desculpa esfarrapada.
Para esses sacripantas que nos tomam por tolos, eu pergunto, parafraseando a Catilinária de Cícero: até quando abusarão de nossa paciência?
Há que se fazer urgentemente alguma coisa para se interromper essa promiscuidade institucional que ocorre a céu aberto, na cara de todos os que têm olhos para enxergar, com essa interferência dos ministros do STF nos rumos do país, que provoca desarmonia e quebra da independência entre os Poderes (principalmente o Executivo, que sofre uma perseguição, com escrutínio de atos, jamais vista antes na história do País).
Lembremos aqui que o Governo acabou perdendo, recentemente, um ministro de estado apenas porque ele falou uma frase, em uma reunião ministerial cujo conteúdo jamais poderia ter sido divulgado, e que se tornou bastante reveladora:
“Eu, por mim, botava esses vagabundos todos na cadeia, começando no STF”.
Se falar as coisas e emitir opinião dá problemas correicionais em juízes de primeira instância, e provoca demissão no alto escalão do Governo, então um ministro do STF emprestar a residência para políticos tratarem de acordos em eleição para Presidência do Senado, gera qual consequência?
Esse é um texto sério, e não gostaria de fazer ironia ou piada. Mas não consigo pensar em uma frase mais apropriada para o momento do que aquela magnífica criada por Stanislaw Ponte Preta:
"Ou restaure-se a moralidade ou locupletemo-nos todos".
Ora, se um ministro do STF pode fazer um "bundalelê" imoral, sem que seja acusado de atentar contra a democracia, então todos os demais cidadãos podem... A começar pelo próprio Presidente da República, e a terminar por nós, os seus apoiadores, passando ainda pelas "tias do zap", pelos "influencers", e por todos os que vêm sendo acusados de praticarem "atos anti-democráticos" contra o STF.
Desde que me entendo por gente que escuto que o Brasil é o país do futuro. Acho que está na hora de mudarmos esse slogan para "o Brasil é o país da hipocrisia".
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Guillermo Federico Piacesi Ramos
Advogado e escritor.