sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

Sonda chinesa traz à Terra as primeiras rochas lunares

 

Sonda chinesa traz à Terra as primeiras rochas lunares em 44 anos

Após regresso sem incidentes da ‘Chang’e 5’, especialistas esperam que sua carga forneça pistas sobre a evolução da história do satélite

A sonda lunar ‘Chang’e 5’ no seu regresso à Terra, nesta quinta-feira.
A sonda lunar ‘Chang’e 5’ no seu regresso à Terra, nesta quinta-feira.CHINA DAILY / REUTERS

China completou com sucesso nesta quinta-feira sua missão espacial mais complexa até hoje e deu um passo gigantesco no desenvolvimento de seu programa espacial. A sonda Chang’e 5 pousou sem incidentes nas gélidas estepes da Mongólia Interior, transportando quase dois quilos de rochas lunares depois de uma missão de três semanas. Essas amostras são as primeiras trazidas à Terra em 44 anos, e os especialistas esperam que lancem luz sobre a história da Lua e do Sistema Solar. Encontram-se entre os mais “jovens” pedaços já tirados do satélite da Terra, com uma idade estimada em um a dois bilhões de anos.

Imagens divulgadas pela televisão estatal chinesa CCTV mostraram a sonda descendo de paraquedas no céu noturno e tocando o solo nevado. Cientistas em caminhões se apressaram em resgatá-la, cravando no terreno a bandeira chinesa, toda vermelha com cinco estrelas amarelas.

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As rochas, submetidas por milhões de anos a impactos de meteoritos, vento solar e radiações de raios cósmicos, ficarão guardadas em um laboratório construído especialmente para esse fim em Pequim, onde os especialistas as examinarão para obter dados sobre a evolução da Lua ao longo de milhões de anos.

“Estas amostras serão um verdadeiro tesouro!”, declarou em nota Bradley Joliff, professor de Ciências Planetárias da Universidade de Washington, em St. Louis (EUA). “As rochas que a Chang’e 5 recolheu e trouxe à terra se encontram entre algumas das superfícies vulcânicas mais jovens da Lua”, acrescentou.

“Determinar sua idade exata oferecerá uma informação essencial sobre uma parte da cronologia lunar que atualmente desconhecemos”, acrescentou o especialista. As missões norte-americanas Apollo recolheram rochas de idade superior a três bilhões de anos. “E todas as crateras de impacto jovens cujas idades foram determinadas a partir da análise de amostras têm menos de um bilhão de anos. De modo que as amostras da Chang’e 5 cobrem uma lacuna muito importante.”

Podem também, aponta Joliff, ajudar a resolver outra grande interrogação: por que a atividade vulcânica da Lua se prolongou por tanto tempo. Até agora, acreditava-se que essa atividade tinha terminado há 3,5 bilhões de anos, embora algumas observações mais recentes da superfície lunar levem a crer que o núcleo do satélite possa ter se mantido ativo até apenas um ou dois bilhões de anos atrás.

A missão Chang’e 5 partiu em 24 de novembro e pousou em 1º de dezembro nos arredores do Monte Rüker, uma área vulcânica a 1.300 metros de altitude e até agora inexplorada, no noroeste da imensa planície de lava conhecida como Oceanus Procellarum (“Oceano das Tormentas”). Os especialistas consideram que essa zona tem 1,2 bilhão de anos de idade. Ali a sonda escavou a dois metros de profundidade com um braço robótico para extrair as amostras, e deixou instalada pela primeira vez uma bandeira chinesa na superfície lunar.

Com o sucesso desta missão, a China se transformou no terceiro país do mundo, após os Estados Unidos e a extinta União Soviética, a completarem uma viagem de ida e volta à Lua para trazer amostras de sua superfície. É um importante feito para um programa espacial ao qual se atribui uma importância estratégica, especialmente à luz de sua rivalidade com os Estados Unidos e quando seu Governo aspira a fazer da inovação o grande motor da economia chinesa nas próximas décadas.

O programa espacial chinês se desenvolveu de maneira exponencial nos últimos vinte anos, motivado em parte pelo veto da NASA a colaborar em programas conjuntos. Se em 2003 Pequim enviava a seu primeiro taikonauta ao espaço, neste ano mandou uma sonda a Marte e prevê montar uma estação espacial própria até 2022.

As primeiras antecessoras desta missão, as sondas Chang’e 1 e 2, limitaram-se a orbitar a Lua. A Chang’e 3 conseguiu depositar no solo do satélite um primeiro robô explorador, Yutu (“Lebre de Jade”), que parou de funcionar em poucos dias. A Chang’e 4 aterrissou na face oculta da Lua, algo que não havia sido possível até então, com outro robô, o Yutu 2, que permanece operacional até agora.

O presidente chinês, Xi Jinping, parabenizou a missão, batizada de Chang’e em homenagem a uma deusa que, segundo a tradição do país, habita a Lua. Como o projeto espacial mais complexo que seus cientistas encararam até agora, a Chang’e 5 “marca um grande passo adiante na indústria espacial chinesa e contribuirá para aprofundar o conhecimento sobre a origem da Lua e a história da evolução do Sistema Solar”, afirmou Xi.

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Búzios, no Rio, se revolta contra o lockdown

 

Búzios, no Rio, se revolta contra o lockdown e vai à luta (veja o vídeo)

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Os moradores da cidade de Búzios, no Rio de Janeiro foram às ruas assim que souberam da decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, que determinou o retorno da cidade para a bandeira vermelha, nas medidas impostas de combate ao vírus chinês.

A nota publicada pelo TJ-RJ restabeleceu um Decreto de março deste ano, que determinou o isolamento do município e o fechamento de comércios, indústrias e serviços.

Desde o dia 10 de dezembro, vigorava um outro Decreto Municipal, que flexibilizava as medidas.

A prefeitura informou que já tomou as medidas contra a determinação da justiça, mas a população, não suportando mais as restrições econômicas, imediatamente promoveu uma gigantesca manifestação, em uma demonstração de que não irá mais aceitar a interferência desmedida do estado nas decisões de ordem individual e/ou coletiva, de acordo com a vontade popular.

Uélson Kalinovski. Jornalista

Veja o vídeo:

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quinta-feira, 17 de dezembro de 2020

Bola de fogo cruza o céu de São Paulo

 


Bola de fogo cruza o céu de São Paulo; veja imagens  

Um meteoro muito brilhante cruzou o céu do interior do estado de São Paulo, de norte a sul, na noite desta terça-feira (15). Diversas câmeras de monitoramento registraram o momento em que a rocha espacial entrou na atmosfera da Terra, às 21h35. As imagens foram capturadas por três estações da Bramon (Rede Brasileira de Observação de Meteoros) nas cidades de Nhandeara e Indiaporã, no norte de SP, e por outras cinco câmeras do Clima ao Vivo, em São Paulo e no Paraná. O tempo chuvoso na região prejudicou alguns registros.... - 



Um fotógrafo, porém, teve muita sorte: 

André Casagrande tirava fotos das estrelas quando surgiu o meteoro bem à sua frente. Ele estava na cidade de Primeiro de Maio (PR), às margens do rio Paranapanema, bem na divisa com o sul de SP. O resultado foi esta foto incrível de um espetáculo que durou pouco mais de 10 segundos: Imagem: André Casagrande "Como estamos falando de uma câmera profissional, podemos ver o fenômeno com mais definição e com suas cores bem definidas. É um registro único e histórico", disse Alexsandro Mota, astrofotógrafo e fundador do projeto Mistérios do Espaço. "A diferença de posição entre as cidades nos ajuda a ver o evento de diferentes perspectivas. 


"Como estamos falando de uma câmera profissional, podemos ver o fenômeno com mais definição e com suas cores bem definidas. É um registro único e histórico", disse Alexsandro Mota, astrofotógrafo e fundador do projeto Mistérios do Espaço. "A diferença de posição entre as cidades nos ajuda a ver o evento de diferentes perspectivas. Em Nhandeara, ele passou acima da cidade. Já a imagem do outro lado do estado, mostra o meteoro próximo ao horizonte", completou Mota. A rocha espacial Em um primeiro momento, imaginou-se tratar-se de um meteoro do tipo "earthgrazer" (arranha-terra, em tradução livre) —que entra em nossa atmosfera superior, não queima completamente, quica e volta ao ço. Porém, a análise das imagens dos diversos locais e relatos de um estrondo ouvido em solo confirmaram tratar-se de um "fireball" (bola de fogo) —que aparece mais brilhante que as estrelas e planetas. Em seu ápice, o meteoro chegou a -9,5 na escala de magnitude, usada na astronomia para medir o brilho dos objetos celestes. O planeta Vênus, que é o objeto mais luminoso de nosso céu noturno depois da Lua, tem magnitude - 4,5. Quanto mais negativo este número, mais brilhante. Como trata-se de uma escala logarítmica, não linear, calcula-se que o fireball brilhou cerca de 100 vezes mais que o planeta Vênus. Além de muito luminoso, outra característica interessante do fenômeno foi sua velocidade. "Ele foi, relativamente, muito lento. Sua velocidade foi baixa porque ele atingiu a Terra de Oeste para Leste, no mesmo sentido da rotação e do deslocamento do nosso planeta ao redor do Sol", conta Marcelo Zurita, diretor técnico da Bramon. Ele explica que "desta forma, as velocidades de rotação e translação são subtraídas da velocidade do meteoroide no espaço, gerando um meteoro bem mais lento do ponto de vista dos observadores aqui na Terra".


Guerra dos mundos